Carpe Diem

"O homem inclinado para a frente na sua motorizada só pode concentrar-se no segundo presente do seu voo".





O primeiro ideograma é “número um, o primeiro, o único”. O segundo é “nascer, viver”. O terceiro é “pendurar o pescoço de cabeça para baixo” e o quarto é “vida, de vida ou morte.


Carpe diem é uma expressão latina das primeiras palavras de um verso do poeta romano Horácio, em Odes, Livro I. 11,8. Este verso é completado por nec minimum crédula postero: (Confie o menos possível no dia de amanhã).


Uma advertência, dirigida de tempos em tempos, sobretudo nos de crise da esperança e do futuro.

Atualmente, a expressão Carpe diem, usada em carros e adesivos colocados em lugares públicos, resume a mentalidade dos aproveitadores, dos que só acreditam nesta vida e não vêem perspectiva de vida futura com dignidade e soberania.

O “aproveite, curta, desfrute... confie o menos possível no dia de amanhã” significa olhar a realidade pessoal e social perdendo todos os horizontes da vida, significa não ter ideais para lutar, não ter gosto pelo trabalho, significa não acreditar em si mesmo, não esperar o momento seguinte na dinâmica de vivê-lo melhor, significa colocar todas as esperanças no ar do momentâneo, do fazer por fazer.

Infelizmente, os resultados dessa ideologia têm causado graves danos pessoais, dores, sofrimentos e a perda do gosto de viver. O ser humano precisa aprender a superar as crises, enfrentar os obstáculos, refazer a esperança de um futuro que não depende de nós. A paz interior, a felicidade que tanto buscamos, nasce de um coração que teme a Deus e coloca Nele a sua esperança. Superar as crises, de maneira especial a crise do sentido da vida, significa começar acreditando em si mesmo, no outro e no totalmente Outro.

Jesus resume toda a lei no amor a Deus e ao próximo como a nós mesmos. Por isso quem não ama não vive, porque o amor vem de Deus e o nosso Deus é o Deus dos vivos e não dos mortos. Mortos porque não descobriram a capacidade de amar e ser amados. ( Lc: 20,38).
Portanto,Carpe Diem indica que devemos aproveitar cada momento do dia, sem nos afligirmos por desejos e ambições desmedidos que podem não se realizar, ou se realizados, podem nos trazer uma infelicidade maior. “Se queres viver nas alegrias da consciência tranqüila, auxilia ao próximo quanto puderes, trabalha sempre e confia em Deus.” disse Emmanuel Singelamente, sem alarde, ele enumerou as regras básicas da felicidade:

1. Consciência tranqüila


2. Amor ao próximo.


3. Amor a nos mesmos através da atividade digna.


4. Confiança em Deus, que sabe do que precisamos, e nos provê de acordo com nossa necessidade ou merecimento.

Então, o recado desta mensagem é: aceite e viva cada momento de hoje de forma tal que amanhã, ao recordar-lhe os momentos, você apenas se alegre com tudo o que lhe ocorreu e se orgulhe das boas atitudes que teve.

A Lentidão(Milan Kundera) :


Resumo do livro:

O homem inclinado para a frente na sua motorizada só pode concentrar-se no segundo presente do seu voo; agarra-se a um fragmento do tempo cortado tanto do passado como do futuro; é arrancado á continuidade do tempo; está fora do tempo; por outras palavras, está num estado de êxtase; nesse estado, nada sabe da sua idade, nada da mulher, nada dos filhos, nada das suas preocupações e, portanto, não tem medo, porque a fonte de medo está no futuro, e quem se liberta do futuro nada tem a temer. A velocidade é a forma de êxtase com que a revolução técnica presenteou o homem. Ao contrario do motociclista, quem corre a pé continua presente no seu corpo, obrigado ininterruptamente a pensar nas suas bolhas, no seu ofegar; quando corre sente o seu peso, a sua idade, mais consciente do que nunca de si proprio e do tempo da sua vida. Tudo muda quando um homem delega a faculdade da velocidade a uma maquina: a partir de então, o seu proprio corpo sai do jogo e ele entrega-se a uma velocidade que é incorpórea, imaterial, velocidade pura, velocidade em si mesma, velocidade êxtase. Curiosa aliança: a fria impessoalidade da técnica e as chamas do êxtase. O culto do orgasmo: o utilitarismo puritano projectado na vida sexual; a eficácia contra a ociosidade; a redução do coito a um obstáculo que se deve ultrapassar o mais depressa possivel para se chegar a uma explosão extática, único verdadeiro alvo do amor e do universo. Porque terá desaparecido o prazer da lentidão? Ah, onde estão os deambuladores de outrora? Onde estão esses heróis indolentes das canções populares. esses vagabundos que preguiçam de moinho em moinho e dormem ao relento? Terão desaparecido com os caminhos campestres, com os prados e as clareiras, com a natureza? Há um provérbio checo que descreve a sua ociosidade por meio de uma metáfora: comtemplam as janelas de Deus. Quem comtempla as janelas de Deus nao se aborrece; é feliz.


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