Lampião e Maria Bonita






No final do século XIX houve grupos que lutavam contra a opressão dos coronéis no Brasil: o cangaço. No Nordeste, a miséria assolava. As secas eram duradouras, tornando o alimento escasso. As disputas por terra eram violentas e a ordem era controlada por coronéis e seus bandos, já que a lei não valia no sertão. Virgulino Ferreira da Silva, mais conhecido como Lampião, liderou o bando contra a ditadura dos coronéis. Ao lado de sua companheira, Maria Bonita, roubava de ricos e enfrentava a polícia, espalhando o medo por onde passava.

Lampião nasceu em 1900, em Serra Talhada, sertão de Pernambuco. Seu pai foi assassinado numa briga de terras, quando Virgulino ainda era criança. Esse fato lhe traumatizou e influenciou sua entrada no cangaço. Alguns encaravam os cangaceiros como um grupo de bandidos. Outros os adoravam por lutarem contra a opressão: eles eram os únicos que conseguiam fazer frente ao domínio dos coronéis, o que lhes garantiu o apoio das pessoas mais humildes, já que os policiais trabalhavam para os latifundiários.

Lampião era temido por onde passava, mas usava da violência apenas contra as forças opressoras. Ajudava os pobres com o dinheiro que tomava dos ricos. Em certa ocasião, seu bando chegou a um sítio e disse à proprietária, uma senhora de idade, que gostaria de jantar. Um dos cangaceiros disse que gostaria de comer carne, mas a senhora havia preparado frango. O cangaceiro saiu pela porta e voltou com uma cabra morta, ordenando que a senhora a preparasse. Ela caiu aos prantos, dizendo que era daquela cabra que tirava o leite para o sustento da família. Lampião ordenou que o cangaceiro pagasse a cabra à senhora. Este, colérico, tirou um punhado de moedas do bolso, deixou sobre a mesa e disse que aquilo, para ele, era “esmola”. Lampião levantou-se, empunhou seu facão, apontou para o pescoço do cangaceiro e disse para ele pagar a cabra, já que as moedas dadas anteriormente eram apenas “esmola”.

Em 1938, a polícia conseguiu capturar Lampião e seu bando. Num sítio, no interior de Sergipe, foram executados e degolados. As cabeças do bando foram mumificadas e expostas no Museu Nina Rodrigues, Bahia, até serem enterradas, em 1968. Seu parceiro, Corisco, o “Diabo Louro”, conseguiu fugir. Em 1940, organizou um bando e atacou várias cidades do vale do São Francisco, como vingança. Foi morto em julho do mesmo ano

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