XVIIII ou XIX. O Sol |
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O Arcano da Intuição |
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Compilação de Constantino K. Riemma
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Tarô de Marselha/Kris Hadar |
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Dois meninos estão de pé diante de um muro, sob um sol que tem rosto humano, e do qual chovem treze lágrimas de cores. |
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Os dois meninos vestem apenas uma tanga ou calção (azuis, na ed. Grimaud). O menino da direita parece apoiar uma mão, que não se vê, na nuca do seu camarada, estendendo o braço esquerdo um pouco para trás. O outro tem a sua mão esquerda na altura do plexo solar de seu companheiro, e o braço direito numa posição mais ou menos paralela. |
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No chão, duas pedras, similares às que aparecem na carta XVI - A Torre. O muro que está por detrás dos meninos é amarelo, com a borda superior vermelha. |
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Do disco solar, humanizado pelo desenho de um rosto visto de frente, surgem 75 raios; 16 têm forma triangular – a metade com as bordas retas e a outra metade com as bordas onduladas — e os 59 restantes são simples raios negros. Treze gotas, ou lágrimas, ocupam o espaço entre o Sol e os meninos. |
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Significados simbólicos |
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- Vitalidade, alegria. Ressurreição diária ao final da noite. |
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- Intuição, clareza. O princípio celeste. Luz. Razão. |
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- Concórdia. Influência solar. |
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Interpretações usuais na cartomancia |
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Discernimento límpido, clareza de juízo e de expressão. Talento literário ou artístico. Paz, harmonia, bom acordo. Felicidade conjugal. Fraternidade, inteligência e bons sentimentos. Reputação, glória, celebridade. Alegria, sucesso, vitalidade, força, vivacidade. Compreensão, calor, amor, crescimento. |
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Mental: propósitos elevados. Sabedoria nos escritos, difusão popular harmoniosa; pensamento que alcança grande altura. |
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Emocional: Afeto cavalheiresco, desvelo, altruísmo. Os grandes sentimentos. |
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Físico: A saúde, a beleza física. Elemento de triunfo, saída para qualquer situação adversa que se esteja atravessando. |
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Sentido negativo: Grande adversidade, sorte contrária, tentativas na escuridão. |
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Deslumbramento. Vaidade, pose, fanfarrice. Susceptibilidade, amor-próprio. |
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Miséria dissimulada sob uma fachada exuberante. Aparência simuladora, decoração. Artista fracassado, incompreendido. |
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Marselha restaurado por Camoin-Jodorowsky |
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História e iconografia |
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Para van Rijneberk, o arcano XVIIII não tem originalidade iconográfica, já que a sua figura central – o Sol – é a mesma que pode ser encontrada em qualquer figuração do astro, e que os elementos restantes são também especialmente pobres. |
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Talvez os dois meninos façam uma alusão astrológica ao signo deGêmeos, período do ano que, no hemisfério norte, corresponde ao soltício de verão. |
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No desenho ao lado, que Oswald Wirth concebeu para este arcano, os integrantes do par de protagonistas são de sexo diferente e, embora pareçam adolescentes, já não são crianças. O autor atribui a eles a condição de filhos da luz, e também a de uma alegoria dasbodas entre o sentimento e a razão. |
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Na escala individual, simbolizam a tarefa de regeneração que o universo começou a realizar a partir da queda. É por isso que Wirth os considera como “aqueles que reconquistarão o Paraíso”. |
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No Tarô de Carlos VI, no lugar do par aparece uma fiandeira com o fuso entre as mãos; provavelmente trata-se de uma referência a Penélope e ao ardil com o qual conseguiu preservar-se até a volta do herói. |
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Nas variantes contemporâneas ao "Tarot Gringonneur", por volta da metade do século XV, pode-se ver também a reprodução dos quatro cavaleiros do Apocalipse. |
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Não é impossível que, como sugere van Rijneberk, o par de crinças, que aparece no tarô clássico, represente o rico e complexo simbolismo do signo de Gêmeos. É importante lembrar que a passagem do Sol pelo signo de Gêmeos indica, no hemisfério norte, o ponto de nascimento do verão, estação associada ao reino solar e luminoso. |
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A alternância de raios retos e ondulados da efígie solar do Tarô de Marselha, seria uma alusão ao duplo efeito das radiações do astro (luz e calor). |
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No campo divinatório costuma-se opor o Sol à Lua por analogia de contrários: luz quente x luz fria; luz potente x luz fraca; dia x noite; masculino x feminino... |
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Tarô Gringonneur ou Charles IV (1.455) |
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Castor e Pólux, os gêmeos mitológicos. |
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Relacionado ao aspecto Filho das divindades trinitárias, as qualidades do Sol aparecem freqüentemente como atributos dos heróis, seja porque estes são exaltados à altura do Sol, ou porque o sol se manifesta de maneira excepcional em alguma circunstância de suas vidas. Um exemplo é que o Sol se oculta prodigiosamente como protesto pela morte do eleito, nas lendas de Héracles e Sigfrido. |
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No Antigo Testamento pode-se rastrear a filiação solar deSansão (Juízes 13.16), desde o seu nome até o lugar em que acontecem suas façanhas (Betsemer, que significa "casa do Sol"), passando pelas relações entre força e cabelo, análogas às peripécias do Sol no seu trânsito pelas estações. |
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Uma variante deste tema pode ser encontrada no drama doGólgota, tal como o contam os Evangelhos (Mateus 27, 45; Marcos 15, 33; Lucas, 23, 44-45). |
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Como no caso do arcano XVIII (A Lua), no entanto, é necessário prevenir contra uma excessiva ênfase no simbolismo solar do arcano XVIIII, o que lhe daria uma importância desmedida no conjunto das vinte e duas cartas. |
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Fonte: http://www.clubedotaro.com.br/
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